Crítica | “Wicked Parte 1” transporta musical para cinema com brilho e alguns tropeços
A adaptação cinematográfica de Wicked parte 1, dirigida por Jon M. Chu, estreou como o primeiro de dois módulos planejados para contar a origem das bruxas de Oz. O longa já conquistou o público e crítica com as atuações de Cynthia Erivo (Elphaba) e Ariana Grande (Glinda), além de registros visuais grandiosos. No entanto, sua duração de aproximadamente duas horas e quarenta minutos e sua estrutura claramente incompleta denunciam uma experiência narrativa que privilegia o espetáculo em detrimento da densidade. Críticas e elogios se equilibram inegavelmente.
Estética deslumbrante e performances de impacto
Desde os primeiros minutos, “Wicked” mergulha o espectador em um Oz reinventado: a fotografia aposta em tons ricos e imersivos, os cenários são grandiosos e os números musicais se destacam visualmente. No centro desse espetáculo, estão as performances de Cynthia Erivo e Ariana Grande. Erivo, como Elphaba, entrega uma composição marcada por poder vocal e intensidade emocional. A performance foi tão perfeita que fez com que a atriz fosse indicada ao Oscar de Melhor Atriz por esse papel. Já Ariana, no papel de Glinda, traz leveza pop e carisma, e também garantiu a sua primeira indicação ao Oscar, desta vez na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante. A dupla performou ao vivo no palco da cerimônia, transmitindo a força vocal e o preparo técnico que classificam o filme entre os mais reconhecidos da temporada.
Essas candidaturas reforçam a ambição do longa: não apenas adaptar um musical de sucesso, mas elevar o gênero musical no cinema contemporâneo. Visualmente, o filme atinge seu objetivo; narrativamente, ainda há terreno a explorar — contudo, as atuações de Erivo e Grande garantem que o público se envolva emocionalmente e reconheça o valor artístico da produção.
Trailer oficial de “Wicked – parte 1” | Vídeo: reprodução/Youtube/Universal Pictures
Narrativa extensa e a espera pelo desfecho
Contudo, o filme sofre com sua própria ambição. Como primeiro ato de uma história dividida em duas partes, Wicked deixa boa parte da trama pendente — o que gera sensação de interinidade. A crítica ressalta que a montagem “sobrecarrega” a narrativa e por vezes dispersa o foco em subtramas, como a dos animais falantes em Oz, que parecem inserir mensagem social à força.
O ritmo sofre com quase 160 minutos de duração, e espectadores menos habituados ao material de origem ou ao formato musical podem sentir a lentidão. Mesmo com impressionantes sequências de dança e cenografia, o desfecho incompleto frustra quem esperava um encerramento mais autônomo.
Ariana Grande como Glinda em pequeno tease divulgado no perfil oficial do filme | Vídeo: reprodução/Instagram/@wickedmovie
A primeira parte do longa não é apenas uma adaptação musical; é uma experiência cinematográfica que honra sua origem nos palcos e conquista novas gerações de espectadores. Com indicações em 10 categorias e 2 vitórias no Oscar 2025 (Melhor Figurino e Melhor Direção de Arte) o filme consolida-se como um dos grandes eventos do cinema recente.
Mais do que uma introdução, esta primeira parte é um convite para acreditar novamente na magia e para aguardar com expectativa o que ainda está por vir na sequência em Wicked – Parte 2, que estreia em novembro de 2025 nos cinemas.
Foto destaque: banner do filme “Wicked – parte 2” | Reprodução/Instagram/@wickedmovie

